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terça-feira, 4 de junho de 2013

Mal-estar da pós-modernidade e o assentamento religioso

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"O Mal-estar da pós-modernidade" e "Modernidade líquida" formam, no conjunto da obra, o que se considera Magnus Opus de Zygmunt Bauman. De fato são duas obras robustas. Em "O Mal-estar da pós modernidade", editado no Brasil em 1997, pela Zahar, Bauman indica que o título foi inspirado em Sigmund Freud, nomeadamente, "Das Unbehagen in der kultur" ( O Mal-estar na cultura), e o que, por questões diversas de tradução, ficou conhecido no Brasil como "O Mal-estar na civilização".

Pois bem! Bauman, na introdução, faz uma breve, senão, brevíssima visita ao desenvolvimento dos conceitos modernidade e civilização, centrando o argumento sobre o aspecto da liberdade, ou seja, como ela foi concebida na modernidade e como foi parida na pós-modernidade. Naquela se caracteriza como "excesso de ordem" e, por assim dizer, "escassez de liberdade". E assim, para caracterizar como a liberdade vai ser parida e, por assim, desenvolver-se no contexto da pós-modernidade. Desta forma, já não se tem o presente, passado ou futuro. Tudo é aqui e agora! A liberdade se configura como o apenas o "é". Isto produz um efeito inominável sobre a subjetividade humana. Como, por exemplo, a quebra do sentido de gênero.

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Stuart Hall, em "A identidade Cultural na pós-modernidade", afirma:
"Aquelas pessoas que sustentam que as identidades modernas estão sendo fragmentadas argumentam que o que aconteceu à concepção do sujeito moderno, na modernidade tardia, não foi simplesmente a sua desagregação, mas seu deslocamento. Elas descrevem esse deslocamento através de uma  série de rupturas nos discursos do conhecimento moderno".
Hall, apresenta cinco deslocamentos, os quais, vão formar o sujeito de ser do homem pós-moderno, de certa forma, "resultando nas identidades abertas, contraditórias, inacabadas, fragmentadas".

Penso, portanto, que é deste lugar  onde, nestes novos tempos, que a religiosidade e, por assim dizer, as expressões espiritualidade, tomou assento, faltando-lhe, uma ontologia estilística. O Deus líquido, no seu panteão hedonista, tendo inspirado os seus profetas a prognosticarem a já-não da existência do porvir, mas na intensificação do viver a vida centrado apenas no aqui-e-agora. Com isto há u m assentamento religioso no moldes da pós-modernidade. Um bom exemplo, foi uma das "pregações" do sr. Edir Macedo, onde ele diz que o primeiro milagre de Jesus - a transformação da água em vinho -, não serviu para absolutamente nada, pois não apresentou contornos de ganhos materiais individuais. Este é o homem religioso da pós-modernidade: fragmentado em si mesmo, no sentido de querer viver o aqui e agora no seu pragmatismo hedonista.

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